A Iniciativa Verde, em parceria com a Fundação Florestal e o Instituto Pro-terra, realizou com sucesso um evento de formação de brigadistas para combate a princípios de incêndios florestais, com o objetivo de fortalecer a proteção do Corredor Ecológico de Ibicatu. O evento, ocorreu nas proximidades de Piracicaba, perto da Estação Ecológica do Ibicatu, e reuniu a comunidade agrícola da região em um esforço conjunto para preservar a biodiversidade local.

O evento contou com a participação de brigadistas experientes e bombeiros que compartilharam métodos e conhecimentos sobre combate e prevenção contra o fogo. Samuel Cortez, analista ambiental da Iniciativa Verde, destacou o objetivo da atividade: "A ideia é capacitar moradores aqui da região, o pessoal que trabalha, que atua para estarem preparados para combater princípios de incêndio e formar uma brigada voluntária.”

Participantes se prepararam para etapa prática da formação. Foto: Daniel Miyazato

Silvio do Carmo Junior, supervisor de campo do Instituto Pro-terra, enfatizou a necessidade de formar estes brigadistas para monitorar e proteger as áreas naturais: "É muito importante para a gente formar essa equipe que vai estar monitorando e cuidando dessa mata aqui, que é tão importante para a nossa região."

João Marcelo Elias, gestor da Estação Ecológica do Barreiro Rico - Fundação Florestal, trouxe à tona a questão crítica dos incêndios florestais e seu impacto no ecossistema: "A principal causa de extinção de espécies, da flora e da fauna, é o fogo. Hoje a gente está muito vulnerável, porque vivemos num ambiente agrícola mais dominado pela cana, pastagem, eucalipto, e essas culturas trazem junto um risco, porque são biocombustíveis."

João Marcelo Elias, gestor da Estação Ecológica do Barreiro Rico - Fundação Florestal, em apresentação teórica para combate a incêndios florestais. Foto: Daniel Miyazato

Elias também alertou para os desafios específicos da região, como os coloniões e a biomassa seca nas estradas e beiras de fragmentos florestais, que contribuem para a propagação dos incêndios. "Isso realmente é o estopim, é o estopim porque o fogo alastra, e como a gente viu aqui hoje, como é fácil colocar fogo em biomassa seca. Então eu acho que capacitar, prevenir, patrulhar, é a chance que a gente tem de salvar a floresta, o pouco que a gente ainda tem hoje aqui no estado."

O evento foi realizado com o apoio crucial da Fundação Florestal, do Corpo de Bombeiros, da Operação SP Sem Fogo, do Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura de Piracicaba e do espaço Novo Encanto Ecologia. A colaboração entre essas entidades demonstra um compromisso unificado com a preservação e proteção do Corredor Ecológico de Ibicatu e seu ecossistema único.

Participantes do curso se atentam para conteúdo teórico. Foto: Daniel Miyazato

A formação de brigadistas para combate a incêndios florestais é um passo importante na direção da sustentabilidade e conservação ambiental, garantindo que a região continue a ser um refúgio seguro para a vida selvagem e um legado duradouro para as futuras gerações.

Iniciativa Verde segue trabalho de restauração em Piracicaba

A partir dos projetos de restauração ecológica vinculados ao Programa Nascentes, a Iniciativa Verde está contribuindo para a formação de corredores ecológicos entorno da Estação Ecológica Ibicatu (SP). Os projetos estão localizados principalmente em Áreas de Preservação Permanente (APP) e suas adjacências, em propriedades rurais no município de Piracicaba.

Exemplo de corredor ecológico em Piracicaba (SP). Área de restauração florestal da Iniciativa Verde. Foto: Instituto Pro-terra

Estas áreas encontravam-se degradadas em função da ocupação por pastagem. A partir de diferentes metodologias de restauração, como o plantio de mudas, semeadura direta (muvuca de sementes) e condução da regeneração natural, novas florestas são constituídas. Este trabalho contribui para o adensamento florestal na região, com o aumento da conectividade entre os fragmentos florestais remanescentes e proteção de recursos naturais e da biodiversidade nativa. Ao todo, espera-se restaurar mais de 540 hectares nos próximos 2 anos, e desde 2018 já foram implantados mais de 260 hectares.